quinta-feira, 12 de junho de 2008

Para Olímpicos



O pó de tijolo na roupa branca quase camuflou aquela onda de calor.
Sacudida para longe. Empapada em água nossa, salgada de células soltas.

Ela reclina-se para morrer. Espreguiça os braços nus.
Tinha uma pele escura e cabelo encaracolado, os pés descalços de qualquer timidez.
Cruzou o meu olhar umas três vezes. Ria.

Mergulhei no lago e voltei. Debaixo de água o concerto soava-me borbulhante, respirado. Expulsei o molhado da cabeça, passei a mão pelo cão.
Então, tocou-me o ombro, desenhou-me uma flor e fugiu.