terça-feira, 18 de dezembro de 2007

À moi


Verão a estação.
Carregada numa padiola, linda.
E eu que seguia a teu lado com o cão, atravessávamos o imenso verde que terminava em escarpa. Descíamos em direcção à tua praia como uma daquelas caravanas do deserto, a passo. Só o Fidel corria doido atrás dos coelhos. Rias.
Chegava a época dos tufões. Destroços distribuídos ao acaso e gritava o mar. Ou a mar?
Limpaste-me a boca suja de doce, juraste Setembro estar mais frio que Dezembro.
Mostrei-te as minhas marcas, puseste o dedo nas feridas.
Tiraste-me o ar, subi à ravina.
Passei a ler-te devagar, para que cada sílaba fosse um arrepio.
E o livro acabou em ti.

sábado, 8 de dezembro de 2007

The only way is up


Jeanne Moreau en
Ascenseur pour l'échafaud (1958)
Louis Malle
musique
Miles Davis

E o homem esbaforido interpelava os peões como ele, distintos nos seus corpos-balança suportando a custo sacos, gritando aos ouvidos:
«É Natal! Comprem Bíblias!».

Sou o Nuno.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

AVISO!!!

O uso indevido ou fraudulento de bigode ou tentativa de se fazer passar por Calhordilho pode levar ao estado que se pode verificar no vídeo aqui mostrado.

Ser Calhordilho não é para que quer... é para quem pode.

fiquem bem

A maior árvore de Natal do Blogspot

O Sr. Dr. Rui Rio que se prepare para a desfeita, que nós aqui não nos ficamos por menos. Ah pois. Quem clicar na imagem, e depois no zoom, poderá deixar o Natal invadir o monitor. E a vida. Porque a grandeza do Natal vive-se dentro de cada uma de nós. Se algum banco quiser patrocinar a iniciativa, é favor referir nos comentários.

Em jeito de agradecimento

Quero desde já agradecer a todos os que me proporcionam estas terríveis dores de estômago. Às noites mal dormidas às sobremesas de chantili à tentação da vodka aos amigos com pressa aos inconscientes na estrada aos semáforos demasiado tempo vermelhos ao demasiado tempo sem comer aos agridoces aos infindáveis doces às zangas desmerecidas às preocupações vãs aos headlines absurdos da publicidade aos briefings mal passados aos clientes indecisos aos computadores temperamentais aos amigos pouco amigos aos que se fazem de amigos ao que o são e por isso me dói aos que gostavam muito de ser mas não há maneira aos meus apetites de mimo insaciados à hipocrisia à eucaristia ou homilia ao nevoeiro na estrada aos relógios desacertados aos desacertos vectoriais ao café ao chocolate e às clementinas ácidas à feijoada e às tripas às vezes em que faço das tripas coração de tantas vezes que estas dores me dão. Obrigado a todos e boa noite.